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. Limpando o Armário .

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Ficar com alguém sempre foi uma tarefa simples, era como escolher sapatos em liquidação. Alguns saiam até de graça, você pegava, usava e depois de um tempo não te servia mais, aí vinha a fácil tarefa de passá-lo a diante ou simplesmente jogá-lo fora. Mas como todo sapato novo que se preze, no inicio ele acaba te machucando, e eu ia achando isso tudo normal, bom mesmo é esperar que ele fique velho. Mas a minha insensatez misturada com a impaciência de esperar esse dia chegar, me fazia descartar todos os meus ‘sapatos’ antes mesmo que chegassem a ficar confortáveis e calçáveis. Como toda mulher eufórica por liquidação, nunca fui de pagar caro pra ver, aliás, não sei se isso é um defeito, afinal não me arriscar evita sofrer, porém ao mesmo tempo pode me privar de alegrias que eu nem sei se viveria, só saberia arriscando. Mas como toda alegria nunca chega a ser felicidade, alegria é sempre passageira. Eu nunca imaginei que alguém como eu, livre desses famosos casos de apegação, dessas famosas neuras que toda mulher tem quando acha que encontrou o cara certo, onde o cara era apenas mais um que se vai que eu deixei de dar atenção, logo eu, quis estourar meu cartão de credito arriscando. E lá se foi meu cheque especial... E de que me adiantava todos aqueles sapatos quando apenas um fazia meus olhos brilhar, pela primeira vez eu me vi dependente daquela situação, de querer e simplesmente não ter. Eu nunca fui de desistir fácil assim do que eu queria, porém agora, abro mão de todas essas liquidações, de todos esses off e saldos dessas grifes baratas. Eu jogo tudo isso fora e refaço o meu guarda roupa, porque sei que tem algo muito melhor esperando por mim, e não serei aquela que vai correr atrás. Esse vai vir até mim, não implorando por minha atenção, mas conquistando os espaços entre os abraços não deixando sobrar nenhuma fresta para essa droga de insegurança da solidão.



- Jenny -

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