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. Sempre assim .

Ele é assim, faz o que quer, na hora que quer e se quiser. Sempre foi assim, não vai ser agora que ele vai mudar. E eu também, faço o que ele quer, na hora que ele quer e sempre que quiser. Ele vai ser sempre assim, do tipo que some sem dar explicação, fica sem motivo e me liga sem razão. E eu também vou ser do tipo que espera ele voltar, torce pra ele ficar e que não larga o telefone esperando ele ligar. Eu vou ser sempre assim, estarei pronta pro que der e vier e pro contrário também. E quando ele estiver cansado dessa vida regular, sem muitas emoções, ele vai me chamar porque é isso que ele faz quando o vazio preenche o dia dele, e porque mesmo que eu diga não, ele sabe que meu silêncio ao telefone logo após meu suspiro já diz que sim. Aí basta dizer "pára de bobeira e vem" que eu vou estar lá. E por mais que eu diga que nem sempre é assim, eu sei que é. Não que eu seja fácil ou não tenha nada melhor pra fazer, é pelo simples fato de gostar da situação, já que não queremos arrumar essa bagunça, jogamos tudo pra debaixo do tapete e pronto. E eu gosto assim, dele ser imprevissível, de não dar satisfação, da falta de motivo e dessa vontade de ao final do dia estar comigo, mesmo que por apenas dez minutos.

- Jenny Guimarães - 

. Sem título .

Eu não quero entrar numa noia de amar só pra me inspirar, até porque meus desamores tem me dado muito mais inspirações ultimamente. Se for pra viver de amor, viverei apenas de passado já que meu presente é desprovido de belas histórias amorosas, seria de um passado bonito, mas que acabou. Tão forte quanto sensível, luto como uma sobrevivente contra a minha própria mente. As batalhas geralmente são durante a noite, que custam a passar. Então, quando me libero da simples tarefa de esquecer, sempre lembro do que não quero lembrar. É sempre algo bom, suave mas ao mesmo tempo nostálgico.

Aí, todas as fases das etapas frustradas de um pós relacionamento vem à tona na minha mente. Lembro da minha auto-destruição, quando tudo o que me lembra você era totalmente desprezível, aí eu te deletava do msn, te excluía do meu orkut numa tentativa frustrada de te apagar da minha vida e num ato totalmente consciente eu passava a odiar qualquer tipo de expressão de amor, casais felizes nas ruas não passavam de falsidade ou troca de favores. Depois disso, me lembro do dia em que resolvi levantar da cama, pentear o cabelo, me olhar no espelho com menos desgosto e finalmente parei de recusar convites das amigas pra sair. A fase baladas e das festinhas. Lembro que eu fiquei rica nessa época, todas as rodadas eram por minha conta, era a época de fazer questão de estar no mesmo lugar em que ele iria estar, de preferência com os amigos gatos que ele sentia tanto ciúme. Não me recordo de muita coisa dessa fase, sei que ligar bêbada fazia parte dessa etapa.

E agora, lembro da fase atual, em que nenhuma das tentativas anteriores deram resultado. Você voltou, mas não voltou de fato, não da maneira em que eu queria que voltasse. Você está aqui de novo, e meu passado também, me atormentando e me tirando do sério. Eu finjo prestar atenção em tudo o que você fala, mas meu pensamento está lá trás quando tudo o que a gente viveu era bonito e feliz. E mais uma vez como nada deu certo, eu continuo ficando com seu melhor amigo de vez enquanto e conto pra todo mundo que você é ruim de cama. No final o que importa mesmo é ter a esperança de encontrar o cara certo numa fila de super mercado, receber um elogio mesmo estando com aquela cara de quem acabou de acordar com vontade de comer chocolate e foi do jeito que estava pra comprar, aí ele me leva até o estacionamento me ajudando com as bolsas que estavam pesadas e no dia seguinte, descubro que temos uma amiga em comum que nos apresenta, e eu me apaixono eternamente durante algumas horas, até o dia em que tudo isso virar passado de novo.

- Jenny Guimarães -