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. O que conto de algum canto .

E ao amanhecer à beira do Açu, no céu ainda havia luar. Do outro lado nascia o Sol iluminando a grama verde refletindo seus raios ainda coberta por orvalho. O movimento das águas com o vento, dava vontade de cair lago à dento. E nada mais fazia tanto sentido quanto aquele momento. As mãos se entrelaçavam e os braços se encontravam numa busca incessante, e tudo estava completo. A Lua despedindo-se de mais um dia enquanto o Sol nos dava bom dia, o calor do corpo quente pesando um sobre o outro sentindo o cheiro de gente de pele de carne. E os sorrisos, ah... Os sorrisos que sussurravam ao pé do ouvido. Então o dia realmente foi nascendo em dia quando a Lua não mais era vista. O Sol reinava puro e imponente, sendo, naquele momento o único espectador dos olhares inebriantes e ao mesmo tempo misteriosos que ambos trocavam. Não eram necessárias muitas palavras, as atitudes falavam por si só e revelava até os segredos. Quando o Sol subiu em glória e os olhos descansados se fecharam para o mundo ainda com as costas sobre a grama molhada, eles sabiam que a memória não lhes permitiria esquecer nem se quer por uns instantes aquela sensação. E o som do vento tocando as árvores mais altas, não posso deixar de citar, foi a trilha sonora da mais pura beleza de bem estar. Se bem me quer ou mal me quer, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que bem passou, bem se foi, bem vivi. Mal pude me conter, mal pude acreditar, mal pude resistir. E o que a mente da gente nos faz pensar, é que o tempo para pra que momentos como esses existam. Eu já desconfiava que a vida era o que acontecia enquanto perdíamos tempo planejando, mas naquele momento eu tava realmente vivendo pra que os planos pudessem existir.
 - Jenny Guimarães -  
"Todo dia o Sol levanta e a gente canta ao Sol de todo dia
Finda a tarde a terra cora e a gente chora porque finda a tarde
Quando a noite a lua mansa a gente dança venerando a noite "
(Caetano Veloso) 

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